1) De que forma vou integrar os conteúdos que serão trabalhados, de forma que minha prática tenha fundamentalmente um caráter transdisciplinar?
2) Como será feita a abordagem inicial, a introdução de determinado assunto na pauta das aulas?
3) Por que e para que determinado assunto é importante no contexto dos meus alunos?
4) De que forma os assuntos serão abordados? Quais atividades seriam interessantes, do ponto de vista do aluno e do professor, para atingir os objetivos da proposta de aula?
5) Qual será a melhor forma de avaliar os resultados das atividades propostas?
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Planejamento
* Na época do meu estágio curricular do curso de Magistério, sempre fazia meu planejamento com cuidado, buscando sempre levar atividades interessantes aos alunos. No entanto, confesso que a metodologia do planejamento realmente era algo “engessado”, um tanto automático. Geralmente os objetivos eram encarados como uma mera formalidade, o que a autora explicita muito bem RODRIGUES (2001), “[...] atendiam às regras estabelecidas, ficavam trocando idéias na escolha de verbos mais apropriados para formulação dos objetivos, gerais e específicos [...]”. Não havia uma reflexão no ato de planejar. Um bom planejamento pressupõe uma reflexão inicial, levando em conta o porquê e o para que determinado conteúdo será proposto aos alunos. Além disso, com o passar do tempo, na época em que comecei a trabalhar com alunos do Ensino Médio, o planejamento de minhas aulas sempre eram pensados e, na maioria das vezes, não registrados. De acordo com as palavras da autora, (RODRIGUES, 2001) “[...] muito da elaboração ficava a cargo de puro pensamento hipotético, pois era preciso imaginar tanto as situações como as respostas dos alunos, as condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento de certas atividades, a distribuição de tempo das atividades no semestre [...]”. Contudo, apesar da minha elaboração ficar no pensamento hipotético, muitas vezes não conseguia revisar determinados aspectos, pois os registros detalhados não existiam, apenas era registrado o conteúdo trabalhado. *
O Livro Didático em Comênio
* Considerando aspectos como o contexto ao qual Comênio pertencia, sua obra parece conter pontos relevantes e um tanto atuais, apesar de terem se passado 300 anos. Imagino que o material didático “Orbis Pictus”, por exemplo, era utilizado com o intuito de que o aluno fizesse associações entre imagem e sons. Segundo DOLL (2004), “[...] A aprendizagem deve começar, segundo Comênio, a partir dos sentidos, da percepção, da experiência do aluno, e não a partir de teorias abstratas [...]”. Portanto, o autor levava em conta não somente a experiência do aluno, bem como explorava os sentidos como um diferencial em suas propostas de aprendizagem. Ou seja, é mais fácil ensinar palavras que façam parte do cotidiano do aluno, associando-as a objetos, animais ou fatos que traduzem vivências dos alunos, colocando-o no foco da aprendizagem.
Um dos elementos da pedagogia de Comênio que encontro no meu cotidiano escolar parte do seguinte pressuposto, segundo COMÉNIO (1996), “[...] os professores ensinem menos e os estudantes aprendam mais [...]”. Ou seja, na disciplina de Matemática para alunos do Ensino Médio, sempre parto de elementos concretos associados ao cotidiano dos alunos. Um exemplo disso é a metodologia que utilizo para ensinar geometria espacial. Inicialmente apresento os sólidos geométricos e, em seguida, vamos a campo, tentando identificar – nos corredores da escola – elementos geométricos iguais ou semelhantes àqueles apresentados a eles em um primeiro momento. O próximo passo é identificar semelhanças entre os sólidos, identificando partes que os formam. Por fim, alguns alunos já sabem, antes de eu mencionar, como proceder para deduzir cálculos de área total, areal lateral e volume dos sólidos. Com isso quero dizer que, se soubermos conduzir os alunos na construção da aprendizagem, construindo junto com eles as ferramentas que necessitam, o trabalho do professor é menor e o resultado da aprendizagem é maior, o que vai de encontro com a teoria de Comênios. Levo em conta o realismo do ensino e também aposto no bom relacionamento entre aluno e professor, pois o aluno terá maiores condições de aprender quando houver um clima de respeito e confiança de ambas as partes. *
Viviane Maus
Um dos elementos da pedagogia de Comênio que encontro no meu cotidiano escolar parte do seguinte pressuposto, segundo COMÉNIO (1996), “[...] os professores ensinem menos e os estudantes aprendam mais [...]”. Ou seja, na disciplina de Matemática para alunos do Ensino Médio, sempre parto de elementos concretos associados ao cotidiano dos alunos. Um exemplo disso é a metodologia que utilizo para ensinar geometria espacial. Inicialmente apresento os sólidos geométricos e, em seguida, vamos a campo, tentando identificar – nos corredores da escola – elementos geométricos iguais ou semelhantes àqueles apresentados a eles em um primeiro momento. O próximo passo é identificar semelhanças entre os sólidos, identificando partes que os formam. Por fim, alguns alunos já sabem, antes de eu mencionar, como proceder para deduzir cálculos de área total, areal lateral e volume dos sólidos. Com isso quero dizer que, se soubermos conduzir os alunos na construção da aprendizagem, construindo junto com eles as ferramentas que necessitam, o trabalho do professor é menor e o resultado da aprendizagem é maior, o que vai de encontro com a teoria de Comênios. Levo em conta o realismo do ensino e também aposto no bom relacionamento entre aluno e professor, pois o aluno terá maiores condições de aprender quando houver um clima de respeito e confiança de ambas as partes. *
Viviane Maus
terça-feira, 1 de setembro de 2009

* Nosso ofício carrega uma longa memória...
“Prefiro pensar que o aprendizado vem dos primeiros contatos e vivências dos mestres que por longos anos tivemos, desde o maternal. As lembranças dos mestres que tivemos podem ter sido nosso primeiro aprendizado como professores. Suas imagens nos acompanham como as primeiras aprendizagens. (...) Repetimos traços de nossos mestres que, por sua vez, já repetiam traços de outros mestres. Esta especificidade do processo de nossa socialização profissional nos leva a pensar em algumas marcas que carregamos. São marcas permanentes e novas, ou marcas permanentes que se renovam, que se repetem, se atualizam ou superam”. (Miguel Arroyo, Ofício de Mestre, 2002, p. 124)
a. Imagine que você é a professora da nova escola do menininho. Quais seriam seus desafios frente a essa criança?
Certamente trabalhar com esse aluno seria um desafio, afinal alguns aspectos deveriam ser retomados como: auto-estima, espontaneidade, criatividade e não menos importante, a autonomia. Ao me referir a auto-estima, quero dizer que acreditar em si mesmo é muito importante, pois ninguém se sente desafiado sem se sentir capaz. A criatividade e a espontaneidade andam juntas, pois quando há liberdade de expressão, existe espaço para as ideias.
Segundo ARROYO (2002, p. 124), “[...] as lembranças dos mestres que tivemos podem ter sido nosso primeiro aprendizado como professores. Suas imagens nos acompanham [...]”. De fato suas imagens nos acompanham. Um exemplo disso foi minha primeira professora, de quem tenho péssimas lembranças. Iniciei a 1ª série do Ensino Fundamental em um colégio de freiras, no ano de 1982. Eu tinha 5 anos de idade, era uma criança muito espontânea. Adorava desenhar como o menininho da estória, gostava muito de falar, morria de vontade de aprender a ler. Certo dia, minha professora pediu que eu fosse até o quadro resolver um cálculo e me recusei a ir, não lembro mais o motivo. O fato é que ela foi até minha classe, me arrastou até uma parte da sala e depois me jogou entre as classes, me obrigando a ir até o quadro. Lembro que chorei muito, pois todos os colegas começaram a rir da minha cara. Fui humilhada diante dos colegas. Desde aquele dia, sempre tive medo de perguntar, questionar, já que o medo de ser humilhada vinha a minha mente. Hoje sinto que mudei muito, graças aos outros professores que passaram pela minha vida. No entanto, de vez em quando ainda bate aquela insegurança. Por esse motivo, percebo a importância de uma professora nos primeiros anos de escola de uma criança.
b. Quais atividades você, enquanto professor/a, desenvolve com seus alunos de modo a possibilitar que estes cresçam com autonomia e desenvolvam sua criatividade?
Tive uma turma de 5ª série do Ensino Fundamental, com a qual trabalhei a disciplina de Ciências. No entanto, percebi que em certas propostas de atividades os alunos queriam copiar respostas do livro. Relutei em dizer que eles mesmos tinham condições de elaborar suas respostas a partir das nossas conversas em aula. Sempre pedia que elaborassem respostas com suas palavras, colocando no papel tudo aquilo que haviam entendido sobre o assunto. No início foi muito difícil, pois muitos queriam procurar no livro as respostas para as questões propostas em aula. Estavam acostumados a fazerem cópia.
Em geral, minhas propostas sempre partem de um desafio, ou seja, sempre tento me colocar no lugar do aluno, tentando elaborar algo que seja legal e desafiador ao mesmo tempo. Quando isso acontece, vejo os olhinhos brilharem, além da ansiedade de todos em combinarem o que fazer, a troca de ideias, enfim, me sinto satisfeita quando vejo tudo isso acontecendo, além dos resultados dos trabalhos.
c. Que marcas da sua prática pedagógica você gostaria de deixar nos seus alunos?
Gostaria de deixar em meus alunos a marca da curiosidade, criatividade, autonomia e do gosto pela vida. Tudo isso faz com que possamos exercitar nossa capacidade ilimitada de criar, tentando fazer sempre o melhor, dando tudo de nós. Não importa o quanto ainda não sabemos e se erramos ao longo do caminho, o importante é observar o caminho e todos os passos que foram dados. Embora tenhamos capacidade, também somos falíveis e estamos em constante processo de aprendizagem. É preciso que eu faça meu aluno compreender que precisamos começar a caminhada de forma humilde, com muito respeito a todos, somente assim será possível construir o futuro. *
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