* Considerando aspectos como o contexto ao qual Comênio pertencia, sua obra parece conter pontos relevantes e um tanto atuais, apesar de terem se passado 300 anos. Imagino que o material didático “Orbis Pictus”, por exemplo, era utilizado com o intuito de que o aluno fizesse associações entre imagem e sons. Segundo DOLL (2004), “[...] A aprendizagem deve começar, segundo Comênio, a partir dos sentidos, da percepção, da experiência do aluno, e não a partir de teorias abstratas [...]”. Portanto, o autor levava em conta não somente a experiência do aluno, bem como explorava os sentidos como um diferencial em suas propostas de aprendizagem. Ou seja, é mais fácil ensinar palavras que façam parte do cotidiano do aluno, associando-as a objetos, animais ou fatos que traduzem vivências dos alunos, colocando-o no foco da aprendizagem.
Um dos elementos da pedagogia de Comênio que encontro no meu cotidiano escolar parte do seguinte pressuposto, segundo COMÉNIO (1996), “[...] os professores ensinem menos e os estudantes aprendam mais [...]”. Ou seja, na disciplina de Matemática para alunos do Ensino Médio, sempre parto de elementos concretos associados ao cotidiano dos alunos. Um exemplo disso é a metodologia que utilizo para ensinar geometria espacial. Inicialmente apresento os sólidos geométricos e, em seguida, vamos a campo, tentando identificar – nos corredores da escola – elementos geométricos iguais ou semelhantes àqueles apresentados a eles em um primeiro momento. O próximo passo é identificar semelhanças entre os sólidos, identificando partes que os formam. Por fim, alguns alunos já sabem, antes de eu mencionar, como proceder para deduzir cálculos de área total, areal lateral e volume dos sólidos. Com isso quero dizer que, se soubermos conduzir os alunos na construção da aprendizagem, construindo junto com eles as ferramentas que necessitam, o trabalho do professor é menor e o resultado da aprendizagem é maior, o que vai de encontro com a teoria de Comênios. Levo em conta o realismo do ensino e também aposto no bom relacionamento entre aluno e professor, pois o aluno terá maiores condições de aprender quando houver um clima de respeito e confiança de ambas as partes. *
Viviane Maus
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
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Pois é Vivi, e este é o desafio da didática, que já estava presente nas idéias de Comênio, logo, nos parece familiar e contemporâneo. Pensar a relação do ensino-aprendizagem, de produzir estratégias de ensino que convidem todos os alunos a serem autores de si e de seus conhecimentos. :D
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